Dois adultos + duas crianças + um casal de gémeos + dois gatos + dois cães = F***ing chaos...
sexta-feira, março 27, 2015
O meu medo de voar
Há quem não goste de pensar sobre os seus medos, é uma coisa que incomoda. Eu cá gosto de esmiúçá-los. Gosto de perceber as minhas próprias fraquezas e principalmente o que as motiva.
O meu medo de voar está associado à claustrofobia e à perda de controlo da situação que é estar dentro de um avião.
Apercebi-me da razão claustrofóbica quando percebi que o principal rastilho do medo começava com o barulho das portas do avião a fechar-se. O som das portas a fechar parece que nos fecha ali em vácuo. Aterroriza-me porque sei que, a partir daquele momento, a minha vida está completamente entregue ao bom estado do aparelho em si e à habilidade das duas alminhas que o pilotam. Voar com a Força Aérea é mais relaxante porque eles viajam com a porta do cockpit aberta, vemos ali humanos, vemos as suas acções, a sua calma e isso, a mim, relaxa-me.
Não vi as notícias ontem mas este caso de suicídio de um dos pilotos não é nada de novo. Conheço pelo menos mais 3 casos (já vi os Mayday Air Crash Investigation todos). Ninguém consegue compreender a crueldade e egoísmo de alguém que tem a vida de dezenas de pessoas nas mãos e comete suicídio arrastando todos a bordo consigo. É um acto chocantemente egoísta. E é disso que eu tenho medo, da fraqueza humana. A máquina em si, falha pouco, eu sei, as estatísticas assim o dizem. Geralmente é a fraqueza humana que dita o fim das coisas, muitas das vezes moldada pelo pânico, pela falta de treino de certas situações, etc.
O conhecimento é poder, continuo a acreditar piamente nisso mas a ignorância é, muitas vezes, uma bênção. Eu prefiro ter medo e ter consciência de tudo aquilo que pode correr mal.
Num dos episódios do Mayday, os pilotos detectaram mal o problema do avião. Tinham um motor a arder. Quando conseguiram controlar o bicho comunicaram com os passageiros informando-os que tinham tido um problema no motor direito. Ora, todos os passageiros sabiam que o motor que estava a arder era o esquerdo mas ninguém disse nada aos assistentes de bordo, confiando que os pilotos sabiam o que estavam a fazer. Resultado: o avião despenhou-se a metros da pista. A confiança cega nas capacidades dos pilotos fez com que um desastre evitavél acontecesse.
Enfim, é um assunto que me assusta e fascina ao mesmo tempo.
Continuamos a ver os pilotos como super humanos com capacidades especiais. Eles têm uma profissão do caraças, é verdade, mas são humanos e cometem muitos erros. Nós como passageiros temos que estar de olhos bem abertos, há acidentes que podiam ter sido evitados se os passageiros reportassem o que estavam a ver.
Para quem tiver curiosidade, minuto 31:30
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1 comentário:
Digo e repito: no limite, o ser humano é um animal profundamente egoísta (até quando decide morrer). E eu tenho tanta sorte de conhecer pessoas que, naturalmente, não conseguem ser egoístas.
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