Quintas nostálgicas

Sim, quando era pequena era um rapaz, entretanto mudei de sexo (estava mesmo com medo de me afogar). Praia Verde, 199?

Quintas nostálgicas

Quintas nostálgicas

A nossa praia de fim de semana não ficava na Costa de Caparica, como a maioria dos meus amigos. O meu pai odiava confusão, trânsito, gente por todo o lado.
Em vez de rumar a sul, íamos para oeste, para o mar batido da zona da Ericeira. A nossa praia era a da Foz do Lizandro:

Ficávamos na praia durante a manhã, muitas vezes a comer areia por causa do vento. À hora combinada o meu aparecia para nos levar para o spot que tinha escolhido para o nosso pic-nic, geralmente pinhais, onde tínha mesa montada e manta no chão.
O meu pai não ia à praia connosco, preferia montar o estaminé, apanhar caracóis e por ramos de eucalipto na chapeleira do carro. Confesso que aquele cheiro intenso a eucalipto no carro dava-me vómitos, mas ele gostava.
Um dos sítios mais emblemáticos desses domingos em família era a Aldeia Típica do José Franco. De vez em quando, quando tínhamos sorte, dávamos lá um saltinho. Aquele moinho à beira da estrada era a Disneyland da minha infância e sempre que parávamos era uma festa regada a Sumol de ananás e pão com chouriço.

Quintas nostálgicas

Isto envia-me para a minha infância imediatamente.

Quintas Nostágicas

Hoje vou deixar algumas imagens que me remetem à adolescência:

Se não fosse o Messenger a minha vida em Santarém teria sido mais solitária...

Quintas Nostálgicas

Fevereiro 2009. Um dos presentes mais fixes que demos a amigos foi uma tela cheia de fotos dele com coisas estapafúrdias escritas.

Ele adorou

Foi um aniversário muito especial. Temos saudades do Hugo, ele está óptimo, só que mora um pouco longe.

O "meu" colégio

Se calhar, tirando a casa da minha mãe, não existe outro lugar no mundo onde tenha passado mais horas. Quando colocam fotos antigas do Colégio Bartolomeu Dias no Facebook bate cá dentro uma saudade.

 Não sei, quantas vezes entrei por este portão?! Quantas vezes me sentei naquelas mesas vermelhas a jogar uno, a jogar ao sobe e desce?! Nunca consigo perceber aquelas pessoas que dizem que não se arrependem de nada. Eu arrependo-me de tanta coisa. Se pudesse voltar atrás e fazer mudanças, voltava ao Colégio e mudava tudo, voltava a Santarém e mudava tudo. Quando digo "tudo" estou obviamente a exagerar, mudava algumas coisas. Pequenos ajustes de sabedoria que fariam com que hoje em dia pudesse ser mais realizada do ponto de vista profissional.

Enfim, ficam as boas memórias de um sítio onde encontrei excelente professores e pessoal não docente 5 estrelas. Lembro-me do sr. Mário que sabia sempre as minhas notas, do sr. Coelho e da sua famosa bóina, do sr. Daniel que andava sempre a expulsar-nos dos cacifos. As meninas do bar que tinham uma pacência enorme para atender toda a gente na hora de ponta.

throwback thurstay #1 - Saudades da vida simples do campo/ilha

 

 

Dois anos de Açores equivalem a 5 anos de continente. É como os anos de cão vs anos humanos. Aqui tudo é tão rápido, tudo passa tão depressa que nem saboreamos as coisas com prazer."Olha que giro que está a ser? Não foi?"
Ninguém tem tanta noção disso como um habitante de uma grande cidade que se muda para uma ilha turístico/rural. De inicio toda aquela calma faz-nos um pouco de confusão, não estamos habituados a ter tanto tempo em mãos. Depois aos poucos o nosso cérebro começa a aprender a estar num estado de quase meditação constante. Tive tantos momentos de introspecção, tantos momentos de silêncio, tantos momentos só meus. Nos Açores resolvi-me, resolvi todos os meus problemas internos.

Quando a decisão de voltar se abateu sobre mim (decisão que não foi minha) desmoronei. Como vou conseguir manter-me feliz num mundo completamente diferente deste?! Não se consegue, temos pena, é triste mas não dá. Não há mar, verde, estado de contemplação constante, silêncio suficientes para que se consiga estar naquele estado de paz. Sinto saudades dos Açores todos os dias, sinto saudades da vida que tinha todos os dias.