quarta-feira, fevereiro 04, 2015

A guerra do Ultramar

O meu pai é o que está sentado com o telefone...

O da esquerda

O da direita

A guerra do Ultramar fascina-me (calma, leiam o resto da frase), não porque concorde com ela, mas porque o meu pai sobreviveu a ela.
Sempre que vejo documentários sobre a guerra fico colada à televisão. Ontem deu um na rtp2 sobre as mulheres que viveram a guerra, as enfermeiras paraquedistas. Muito bom.

O ano passado vi um feito por uma equipa de filmagem francesa que acompanhou uma coluna de militares portugueses. Chorei baba e ranho. Fiquei dias e dias com aquelas imagens na cabeça.

O meu fascínio prende-se com o orgulho que sempre senti em ser filha de um sobrevivente que ficou sem sequelas nenhumas (psicológicas principalmente). O meu pai era um homem muito equilibrado, sem dúvida. É engraçado, ele contou-me muitas histórias da guerra mas hoje tenho consciência de que eram histórias muito soft. Teve essa sensibilidade, tenho a certeza de que assistiu a coisas horríveis mas nunca me falou delas.

Lembro-me de me contar que um dia em Luanda encontrou alguém de Santa Iria, que se abraçaram os dois agarrados um ao outro a chorar de alegria. Tentou explicar-me o tamanho da alegria que sentiu em ver alguém da sua terra ali a milhares de km de distância dela. Na altura não entendi, agora percebo-o perfeitamente.






3 comentários:

fabricia valente disse...

Aquele Inverno foi um tema feito sobre a Guerra do Ultramar e a versão original é dos Delfins:)

Ti' Ana disse...

:D

O Toupeira disse...

Agora fiquei com pele de galinha.