Uma das coisas que acho mais deliciosas é a sua capacidade de se desembaraçar linguisticamente de situações.
O que quero dizer com isto?
Sempre que no visionamento de um livro se depara com uma imagem que não conhece, ela atribui automaticamente uma palavra à dita coisa. Usa sempre a mesma palavra para designar aquilo a que não sabe dar o nome. E que palavra é essa? KENGA.
Não faço a mínima ideia de onde ela foi buscar esta palavra mas tenho a certeza que não viu nenhuma novela Brasileira (tipo Tieta do Agreste ou Gabriela).
Exemplos:
- Está a ver um livro com frutos, vai passando as páginas e vai dizendo o que vê: "Olha uma nana, uma pêsseou, umas udas" (banana, pêssego, uvas - ainda não atina com a atribuição do masculino ou feminino). De repente aparece, sei lá, uma papaia, fruto que ela desconhece, muito rapidamente remata o assunto com: "..e uma kenga!"
- Hoje estávamos a ir de carro para o parque e ela ia a fazer a sua habitual descrição de tudo o que vê: "Olha tantas casas...telhados...ádis (árvores)...o báí (mar)...uma kenga...". Pronto, estava eu a conduzir e a perceber toda a sua interpretação da paisagem e pumbas, lá viu ela alguma coisa de que não sabe o nome. Juro que não passou nenhuma senhora com aspecto manhoso por nós.
Enfim, gosto do espírito "tuga", tão pequenina e já tão aldrabilhas...qualquer dia começa a andar com um araminho no bolso (nunca se sabe, um arame arranja tudo) e papel higiénico no porta-luvas...
Clara a observar o mundo com todas as "kengas" que este tem... |
1 comentário:
E pronto, já não precisamos de levar a miúda ao Parque Eduardo VII... ;)
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