Desabafo de um dia cinzento

Gosto de introspeção, de rever o que disse, de encontrar falhas e coisas boas no que vou dizendo. Digo muita coisa e escrevo muita coisa.

 Acima das coisas que digo vêm os meus silêncios, sou uma pessoa de silêncios. Quando muita gente diz muita coisa sobre o mesmo tema eu prefiro calar-me. É o mais inteligente a fazer, na minha opinião.

Não sou, no entanto, um grande exemplo na gestão das minhas relações precisamente por causa dos meus silêncios como resposta a atitudes parvas. Não sei agir de forma diferente mas fico sempre com a sensação de que não estou a agir bem.

Depois vem outra parte de mim que não quer saber se estou a agir bem, essa parte de mim, que no fundo é a minha essência, quer apenas ser assim porque eu sou assim desde sempre. Sinto-me cada vez mais confortável com essa pessoa que sou mas, isso tem implicado deixar muita gente para trás. Não consigo manter todas as amizades do passado, é idílico e não é realista.

As pessoas mudam, não necessariamente para melhor ou pior, a vida não é um filme a preto e branco mas sim uma mescla engraçada de cores e tons. As pessoas ficam simplesmente tão diferentes, tão longe daquilo que somos e que gostamos e admiramos. Sentimo-nos um pouco defraudados mas não pensarão elas o mesmo sobre nós!? Acredito que sim.

Sou muitas vezes "empurrada" para fazer de má da fita para "pôr" algumas pessoas no seu lugar, para não se armarem em sangue-sugas dos que não sabem dizer que não. No fim de contas sou eu que me faço de forte e sou eu que perco afectos. Há lobos em pele de cordeiro e eu serei sempre um cordeiro em pele de lobo, deve ser o meu karma.

Como diria o outro, orgulhosamente só. No fundo, aquilo que me consola em momentos de maior dúvida é saber que a verdade está do meu lado, enquanto tiver a verdade nada me derrubará!

(Isto é um post muito intimo, só o Rui é que vai perceber as camadas que isto tem e a quantidade de pessoas e situações a que me estou a referir. Para os outros foi só um desabafo num dia muito cinzento.)