Este blog tem tantos anos que nem me lembro se já escrevi aqui sobre este filme.
Existia uma óbvia curiosidade pela morte, resultado de ter privado com ela tão de perto, tão cedo, tão inesperadamente.
Talvez venha daí a minha coragem para viver, para mudar. Se é para mudar, se é para dar a volta, contem comigo. Dá trabalho? Dá. Causa desconforto? Causa. Mas é dessa forma disruptiva que aprendi a andar para a frente. Talvez por isso nunca me tenha conformado com nada até estar plenamente satisfeita. Nem com casas, nem com trabalhos, nem com namorados. Se não é o melhor e o ideal então vamos lá mudar.
Naquela altura quando eu pensava "alguma coisa boa tem de nascer daqui!" - eu acreditava que alguém me iria salvar daquele vazio e daquele escuro todo em que estava mergulhada. Mal sabia eu que a vida não é assim. Ninguém nos vem salvar, nós é que nos salvamos.
Gosto daquele exercício que os terapeutas propõem: imagina que este teu Eu de agora entra no teu quarto do passado e lá estás tu, com 14 anos sentada na cama, que lhe dirias?
Eu iria abraçar-me com muita força, iria deixar-me chorar no colo do meu eu de 40 anos. E este eu que sou hoje iria dizer aquela miúda zangada para não esperar por ninguém. Ela irá ser a sua própria salvação e vai conseguir tudo o que quiser.
Gostava que alguém me tivesse dado essa confiança. Lá está, ninguém deu. Daí ter andado às cabeçadas durante tanto tempo à procura do meu caminho.
(Espero que este texto não esteja muito à Gustavo Santos, cheio de clichés e conclusões óbvias)
Uma das músicas da banda sonora do Corvo. Tem outras tantas muito boas, de bandas conhecidas.
2 comentários:
Deves ser o eu de hoje que mais palavras sábias tem para deixar ao eu teen. É mesmo isso!
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