Jamaica

 

Jamaica com meses de idade, na minha primeira casa, na nossa primeira casa. Ela mudou de casa tantas vezes como nós, foi para os Açores e voltou, viu bebés e outros animais a entrar dentro de casa. Manteve-se sempre meiga e tolerante. Sempre com esta pausa de baronesa.

A gata mais linda e espectacular do mundo fez esta semana 16 anos. Nasceu a 17-07-2007.

É a responsável por ter mudado de opinião em relação aos gatos. Algum tempo depois de ter ido morar sozinha senti que precisava de um animal de estimação. Não queria animais com os quais não pudesse desenvolver uma empatia mútua, tipo peixes e tartarugas. Queria um animal que me recebesse quando chegasse a casa. Nessa altura trabalhava imensas horas e um cão não me parecia uma opção razoável. 

O meu melhor amigo da altura sugeriu-me um gato. O gato é o animal de estimação perfeito, dizia ele. Eu, que era uma dog lover, resmungava. Até que um dia o meu primo me disse que a gata de uma amiga tinha tido uma ninhada. 

Houve ali algo em mim que mudou. Um bebé gato. Fui ver a ninhada e escolhi-a a ela. Não fazia ideia de como iria ficar. Achei-a a mais feia de todos. A dona dos gatinhos disse-me logo quais já estavam destinados. Ela e outro não tinham ainda futuro dono. Achei que era a mais feia dos dois e a que tinha menos probabilidade de ser adotada. Mal sabia eu que o patinho feio se ia transformar neste cisne.

Ela revelou-se perfeita. Meiga, super inteligente, sempre que abria a porta do prédio ela começava a miar. Não fazia isso com mais ninguém, só comigo. Esperava-me à janela. 

Ela encheu aquela primeira casa de qualquer coisa, qualquer coisa especial entre nós. Eu e ela fomos o início desta família. Quando a fui buscar não imaginava que uns meses depois iria conhecer o seu futuro dono. Tudo começou ali naquele t2 em Via Rara.

Dorme comigo todos os dias desde esse Agosto de 2007. Não imagino a minha vida sem ela. 

Os nossos animais deveriam ter direito à vida eterna.

Que dure o maior número de anos possível, é tudo o que desejo.