quinta-feira, abril 27, 2017

The future is female

Nunca fui feminista, sempre achei que era um conceito ultrapassado. Se uma mulher quer ser levada a sério no mundo do trabalho, na vida académica, na vida em geral, tem quer ser boa, tem que lutar para mostrar o seu valor e não esconder-se atrás da bandeira do femininismo sendo medíocre no que faz.

Ainda acredito nisto tudo mas, só agora, à luz dos meus quase 35, é que me apercebi que tive a sorte de nascer num país democrático, mais ou menos desenvolvido. Tive a sorte de nascer numa família onde as mulheres têm voto na matéria, não são submissivas. Tive a sorte de nascer numa família com homens fortes, confiantes, homens que nunca se sentiram ameaçados​ pelas mulheres pensantes que escolheram para parceiras.

Também eu tive o cuidado de escolher um homem assim para parceiro, alguém que não se sente intimidado com a minha força.

Quando engravidei da Clara queria muito ter um rapaz. Queria mesmo muito.
Hoje em dia quando vejo notícias que mostram a realidade feminina em muitos países compreendo que ter duas meninas num país civilizado como o nosso é um privilégio e uma missão.

É quase como um compromisso de honra. É assim que o encaro. Tive o privilégio de ter a missão de educar duas mulheres do amanhã. Se elas foram só como eu, já me sinto realizada. Se quiserem ser mais, força.

Como eu?
Emocionalmente independentes (não precisam de validação masculina para se sentirem importantes), livre pensantes, livres das amarras da religião, felizes com as coisas simples da vida, inquietas com as injustiças que nos rodeiam, desenrascadas em relação a tudo na vida, descomplexadas...

Se estas miúdas que nós criamos se transformarem em mulheres poderosas cumpri a minha missão na Terra.


2 comentários:

O Toupeira disse...

Subscrevo!

Carolina Melo disse...

Está (estão) num bom caminho ! 👏