O antes:
Quando visitámos a casa pela primeira vez gostámos muito do jardim. Tinha deck, estava muito bem cuidado, com muita vegetação, tinha uma trepadeira cheia de maracujás, tinha um lago com carpas. Tudo isso é muito giro quando se visita uma casa mas, quando ela de repente passa a ser nossa é que nos apercebemos de todos os pormenores que não fazem sentido para nós.
Na altura tínhamos zero interesse em jardinagem. Mais tarde percebemos que o deck estava muito envelhecido, com inclinação e parafusos ferrugentos. O lago, enfim, um lago num quintal com crianças com menos de 4 anos é sempre um perigo. No canto direito do quintal tínhamos um bamboo gigante que crescia largos cm todas as semanas. O pior mesmo é que toda esta vegetação juntamente com as frestas do deck atraiam muitas (é, vocês sabem) lagartixas. O quintal estava pejado de lagartixas. Resultado, raramente usava o quintal.
Na minha cabeça não fazia sentido não se usar uma espaço com tanto potencial para o chill out nosso e brincadeiras dos miúdos. Comecei a massacrar o Rui. Massacrar soa mal. Comecei a operação de charme: "temos que ter o quintal funcional para os nossos filhos".
Primeira medida, acabar com o lago. Depois era acabar com o deck, limpar o quintar todo e eventualmente colocar relva sintética.
Tudo isto na teoria parecia fazível. Aos poucos iriamos remodelando o espaço, certo? ERRADO.
Tudo correu mal e a obra simples passou a ser complicada e pesada demais para as nossas mãozinhas.
Contratámos uma empresa aqui de Mafra para arrancar o deck, nivelar e cimentar o chão e, por fim, colocar a relva.
E agora, o depois:
É óbvio que para algumas pessoas o antes era mais fixe e eu até compreendo isso. O problema é que o antes não satisfazia as necessidades da nossa família.
Escolhemos esta casa a meio da pandemia, em 2020. Tínhamo-nos sentido claustrofóbicos a viver o confinamento no meio da cidade. Não sabíamos quanto tempo iria durar a pandemia, quantos mais confinamentos iriam existir. O objetivo era comprar uma casa que desse para mais dois filhos (a caminho) e que tivesse múltiplos espaços para eles poderem brincar, correr, apanhar ar.
Os nossos vizinhos do lado aqui em Mafra dizem que os confinamentos foram espetaculares, das melhores fases da vida deles. Faziam grelhados no quintal todos os dias, podiam sair para passear os cães à vontade sem se cruzarem com ninguém e que, nestas bandas, não se vivia o pânico como nas cidades.
Quando viemos para cá morar e nos apercebemos que o jardim era utilizável a 50% concluímos que seria uma das primeiras coisas a remodelar.
Mas, há sempre um mas...a malta não é rica e só o conseguimos remodelar dois anos depois. Mas está tudo bem, fazemos bastante usufruto do espaço e lagartixas nem vê-las.
A vista do quintal ao entardecer |
E o abacateiro cresceu imenso. |
1 comentário:
Lá está o nosso lema em ação.
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