quinta-feira, setembro 28, 2017

Já está...finalmente

Não ter acabado o curso na devida altura foi uma pedra bem grande que carreguei no sapato todos estes anos. Recebi convites para dar aulas de antigos colegas que me achavam licenciada e nunca os pude aceitar. Recebi também convites de malta com quem fui trabalhando e que, lembravam-se de mim sempre que havia uma vaga. Também não pude aceitar.
Dei aulas de Expressão Plástica durante uns três anos lectivos porque a Direção da Associação de Pais da escola onde eu trabalhava "exigiu" ao agrupamento que fosse eu a professora da disciplina (mesmo sem ter o curso acabado).

Agora está feito. Sou finalmente licenciada. Bem sei que a estupidez do processo de Bolonha criou estas licenciaturas obsoletas que não servem para nada a menos que se tire o mestrado. Enfim, politiquices.

Mesmo que não me sirva para nada, é um marco pessoal enorme. Uma divida que tinha para com a minha mãe, de gratidão.

Foram muitos dias a chegar a casa à meia noite, muitos dias sem poder regressar a casa depois de um dia cansativo de trabalho. Muitos dias sem ver as miúdas acordadas.

Não sou a pessoa mais disciplinada do mundo mas quando agarro uma coisa não a largo, não a largo até ao fim.
Na noite anterior a este último exame tive um "ataque de pânico/choro compulsivo". Tinha que entregar um trabalho escrito, fazer um exame oral e um escrito. Tudo isto para a mesma disciplina. Mandei com o rato para a mesa e disse: "Epá não quero saber, não me sinto preparada, vou desistir...o trabalho está um valente cocó...esquece isto, não quero saber. Não vou. NÃO VOU, ouviste Rui? NÃO VOU!" - baboseiras deste nível.
OBRIGADA RUI por não me teres deixado desistir no momento mais importante de todos. Tinhas razão, vale sempre a pena ir, mesmo com insegurança, mesmo cheia de medo. Fui porque me empurraste. Obrigada pelo empurrão.

Quanto ao mestrado. Até para o ano ESE.

1 comentário:

O Toupeira disse...

É como o parto; assim que começa, não há volta a dar. E este parto foi bem moroso e difícil... ;) Parabéns, meu Amor*