domingo, outubro 09, 2016

:(

Hoje abri, pela primeira vez, a plataforma online de uma das disciplinas que tenho para fazer. Parece que a disciplina já existe desde 1989, tal é a quantidade de teoria.

Eu sei que noutros tempos isso não me aterrorizaria. Noutros tempos eu tinha o dom de fazer com o que o tempo rendesse, conseguia sempre estudar pouco e apreender muito. Já não tenho essa frescura, esse desprendimento de decorar coisas sem querer saber se fazem ou não sentido. Agora preciso de compreender mesmo as coisas, se não fizerem sentido não vale a pena que não fica cá nada na cabeça. Falta-me o sossego, aquelas tardes silenciosas em que me podia dedicar à leitura.

A minha vida são gritos, no trabalho oiço barulho, em casa oiço barulho, aquele barulho infantil que nos dá cabo da paz interior. Eu sei que isto é um desabafo e que adoro aquilo que faço e adoro as minhas miúdas. Cheira-me que é este ano lectivo que vou dar em choné. Eu sei que isto tudo é o meu típico nervosismo de estar em situações novas. Nunca reagi bem a estas coisas. Por fora consigo ficar muito cool, muito composta e calma mas por dentro sou uma panela de pressão pronta a explodir.

No fundo sei que a minha teimosia, a minha perseverança são mais potentes do que todas as minhas outras fraquezas e que a palavra desistir não existe na minha vida. Não desisto de nada, de nada que seja realmente importante para mim.

Os Açores foram uma benção mas puseram em hold todos os meus planos pessoais. Pago um preço elevado por essa pausa. Tenho cada vez menos disponibilidade, cada vez mais reboliço cá em casa, nunca estou sozinha. Os momentos SÓ meus são tão raros. Acho que neste ano que passou só fiquei uma vez em casa sozinha. Uma vez. Num ano. Eu sei que as coisas vão mudando, vão evoluindo, que as miúdas um dia não nos vão querer por perto e que aí vou-me queixar porque tenho saudades de quando eram pequenas. Eu sei. Mas agora, que tento enviar anexos num mail sem me enganar enquanto tenho uma aos gritos a andar em círculos e outra a pedir-me para mudar de música no pc do pai a cada 3 minutos, essa imagem de não nos quererem por perto parece uma miragem.

Estudar é muito bonito quando se tem 18 anos, quando não trabalhamos, não temos casa própria, nem filhos, nem contas para pagar. Aí é que é bom estudar. Enfim, sempre a aprender.



1 comentário:

O Toupeira disse...

Parágrafo-chave: o 4º.