quinta-feira, julho 09, 2015

A nossa querida pediatra (um elogio merecido)

Todas as profissões têm bons e maus profissionais, todos nós sabemos isso. A arte de viver consiste em tentar encontrar bons profissionais nas várias áreas em que precisamos de apoio (médicos, mecânicos, eletricistas, etc).

Não me contento com profissionais medianos em áreas importantes como saúde e educação, por exemplo. Se tivermos o azar de nos cruzarmos com um mau médico, fazemos tudo por tudo para que essa vez seja a única e a última. Penso e ajo sempre assim. Já deixei de frequentar muitos estabelecimentos comerciais por achar que não tinham necessidade nenhuma de não serem simpáticos comigo. Nunca escrevi num livro de reclamações mas deixo de frequentar o sítio e faço questão de fazer má publicidade de boca (que, na minha opinião, é a pior).

Nos Açores deixámos de frequentar um restaurante porque a colaboradora que servia à mesa ficou de trombas quando lhe dissemos que a conta tinha um erro. Ela não refilou, não disse nada mas ficou nitidamente de trombas. Ora bolas, estávamos perante uma mulher feita ou uma criançola mimada?! Quem serve tem que ter sempre a humildade de assumir o erro, só fica bem, só fica a ganhar.

Mas este post não é para dizer mal, antes pelo contrário.

No dia em que a Clara nasceu foi vista por uma médica neonatologoista que nos encantou. Encantou-nos pela doçura, segurança, traquejo, sabedoria. Viu a Clara no dia seguinte. Aconselhou-nos, falou-nos sempre com um sorriso, sempre com calma dando a sensação de que tinha todo o tempo do mundo para nos ouvir.
Tínhamos que descobrir quem era aquela doçura de pediatra. Descobrimos onde dava consultas e começamos de imediato a fazer o acompanhamento da Clara só com ela.

Desde então só temos maravilhas para dizer. Faz questão de nos cumprimentar com beijinhos, sabe os nossos nomes, atende sempre o telefone, atende-nos sem cobrar em caso de urgência, continua a sorrir-nos sempre com a mesma doçura, a ouvir-nos com a mesma paciência e a deliciar-se com todos os feitos da Clara, como se fosse a sua única paciente.

Nos primeiros meses de vida da Clara foi ela quem deu injecções de coisas boas no meu ego. Lembro-me de me sentir completamente a apanhar bonés, de me sentir insegura, de achar sempre que não devia estar a fazer as coisas da maneira certa. Depois lá vinha mais uma consulta e ela dizia-me: "Flávia, é isso mesmo!"; "Fez muito bem, é o ideal a fazer nessa situação!"; "Não ligue a quem é contra a amamentação, está a fazer o melhor pela sua bebé e enquanto sentir-se bem a fazer isso ninguém se pode meter!"; "Não há ninguém melhor do que a Flávia a decidir o que é melhor para o seu bebé, o instinto nunca falha!"

Eu saia sempre a sentir-me mais leve, mais descansada, mais feliz.

A Clara tem uma certa aversão a médicos, hospitais, vacinas mas quando lhe dizemos que vamos à Dra G. toda ela se descansa, como se através das expressões corporais dissesse: "ah ok, com ela tudo bem!"

Ontem fomos a mais uma consulta e no final a Dra. perguntou-nos quando nascia a Alice. Disse depois que era muito provável estar de banco nessa altura mas que se não tivesse para lhe ligarmos assim que ela nascesse.
Não há dinheiro que pague isto, este cuidado, esta dedicação.

E pronto, por ser tão boa profissional já ganhou clientes à nossa pala. Publicidade de boca, a melhor que existe.


2 comentários:

Andreia Agostinho Dias disse...

Fico a dever-vos esta descoberta neste mundo e no outro!! Infelizmente desde que o Johnny nasceu tenho falado tanto com ela e nunca me fez sentir chata, sempre se mostrou disponível e amorosa e acima de tudo competente, parece que tem mesmo um dedo que adivinha, é uma benção na nossa vida!!

O Toupeira disse...

É uma maravilha de pessoa e profissional (e se não gosta do PAD deverá ter razões legítimas para tal...) ;)