sábado, junho 08, 2019

O fim de uma era


Apesar de já não existirem pontos em comum nas nossas vidas, apesar de ter crescido tão diferente do que era a mentalidade daquele lado da minha família, apesar disso tudo tenho o meu coração em frangalhos...
Nutrirei para sempre uma admiração enorme pelo meu avô, o contador de histórias, o caçador, o encantador de cães, o maior de todos, segundo ele próprio. Na minha cabeça, e por ele ter sido sempre um fortalhaço, pensava que era imortal, pensava mesmo que ia chegar até aos 100 na boa.
O meu avô foi sempre uma inspiração de força para mim, apesar de todos esses defeitos que nos separaram.

Era um fura vidas, um vendedor de banha da cobra, um artimanhas, um arruaceiro, um motard e o maior contador de histórias que alguma vez conheci. Quando era miúda e dormia na casa deles contava-me histórias da infância do meu pai, de como ele era malandro.

Teve a morte dos justos, descansando sozinho na sua casinha, na sua caminha.
Sentirei sempre a falta dele, do avô da minha infância. Joaquim Lopes, el matador...

Tenho o coração tão pequenino hoje.


1 comentário:

  1. Lembra-te do "editing speech" do Raymond: fica com as coisas boas :)

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