Penso que o soube depois de algumas conversas online. A vida faz-nos duvidar do que o coração nos diz. Depois de se conhecerem muitos sapos, a visão de um príncipe não nos parece real. Andei dias a pensar: "Não, tem de haver ali qualquer coisa que borre a pintura toda!"
Os dias foram passando e ele era cada vez mais espectacular, mais parecido com tudo aquilo que eu gosto.
Foi neste dia quatro, há sete anos atrás que nos encontrámos pela primeira vez. Só começámos oficialmente a namorar no dia sete mas, combinámos que a nossa data seria esta. No fundo o nosso namoro começou neste dia, não o soubemos logo mas começou.
Aquele foi, até à data, o melhor fim de semana da minha vida, só nos separámos para dormir. Nunca tinha sentido nada com tanta intensidade, uma alegria e entusiasmo tão grandes que parecia que o meu peito ia explodir. Só queria ouvi-lo e falar com ele e ainda hoje sinto isso.
Nesse primeiro encontro combinámos ir ao cinema. O filme foi uma porcaria (alternativo demais), o melhor da sessão foi estar sentada ao pé dele a pensar: "Uau ele cheira tão bem!"
O encontro supostamente deveria ter acabado depois do filme mas ele quis ir beber qualquer coisa numa esplanada, já que estava muito calor e um fim de tarde brutal. Enquanto íamos para o café ele contou-me como ia partido os dentes da frente enquanto estacionava, punha a cabeça de fora para ver melhor e fechava o vidro ao mesmo tempo. Achei-o adorável.
Lembro-me de reparar nessa altura que tínhamos os dois vestido uma camisa preta para o encontro.
A seguir ao café despedimo-nos outra vez. Ele perguntou-me se tinha fome. Que pergunta, claro que sim. Fomos de mota até ao restaurante, ele não me tocou, não sei como fez aquilo, a minha mota é minúscula e ele é enorme. Quando chegámos ao restaurante ele não conseguia tirar o capacete, gozei com a situação, tentei ajudá-lo com uma certa arrogância. EU NÃO CONSEGUIA TIRAR-LHE O CAPACETE. Rimo-nos nervosamente. Acalmei-me, o capacete saiu. No restaurante eu pedi peixe espada grelhado, ele pediu lulas grelhadas. Partilhámos os pratos e ficámos a conversar até as cadeiras começarem a ser postas em cima das mesas, estavam a mandar-nos embora e era quase meia noite. Levei-o de mota até ao carro. Ficámos ao pé do carro a conversar até às 2 e tal da manhã. Fomos em cortejo até ao Parque das Nações porque ele achava perigoso eu andar de mota à noite sozinha.
No caminho para casa, sozinha de mota, numa noite estupidamente quente pensava: "tem calma, ele vai ser um grande amigo, não estragues tudo...mas ele é tão lindo, fofo, querido, interessante, culto, inteligente, goofy, humilde, engraçado...tudo aquilo que eu sempre quis num homem...cala-te estúpida, vai para a cama...e se ele não me disser nada nos próximos dias? Não vou ceder, não vou dizer nada, se ele não disser nada já sei que é melhor acalmar-me e afastar-me porque estou completamente pelo beicinho...vou ficar de rastos, nunca mais saio com ninguém, estou farta de gajos..."
Quando cheguei a casa ia nessa onda de mentalização: "ele não te vai dizer nada, pensa noutras coisas!"
E de repente o telemóvel toca. Uma mensagem, só podia ser ele, ninguém me ia contactar aquela hora. Só nós os dois é que estávamos acordados, no mundo inteiro.
As minhas mãos tremiam enquanto agarrava no telemóvel, parecia uma pita de 13 anos. Na mensagem ele perguntava se queria passear no dia seguinte, se queria ir à praia.
Foi aí que deixei de pensar, não queria saber de racionalidade, de calculismos, de auto-protecção, eu estava completamente apaixonada por ele e não ia recalcar isso de maneira nenhuma.
Todos os anos conto esta história, não é? Mais detalhe, menos detalhe. Não quero saber, é a história mais bonita que conheço porque a vivi e quero que as miúdas tenham histórias de amor como a nossa, que não se contentem com carapau quando podem comer caviar, que persistam na procura por quem as ame da maneira certa, pelo que elas são.
ÉS A MAIOR BENÇÃO DA MINHA VIDA, TU E TUDO O VEIO DE TI.
1 comentário:
Amo-te tanto, tanto, tanto!
(era um canino que eu ia partindo...) :)
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